quarta-feira, 28 de julho de 2010

Texto: 3 Anos, Tokio Hotel - Obrigada (by: ÂniaF.)

Começamos esta página de anexo ao blog principal, Eyes on Tokio Hotel, com um texto de uma das administradoras (Ânia).
Este texto retrata os últimos 3 anos da sua vida, mas agora com a presença da banda! Esperemos que gostem e já sabem que podem mandar as vossas coisas também que publicaremos. :D

3 Anos, Tokio Hotel Obrigada.

Três anos… Meu(s) Deus(es)! Como é possível que tenham já passado três anos desde que vocês, meus adorados ídolos, apareceram na minha vida e a mudaram completamente?
Recordando…
Tudo começou por meados de Julho de 2007 – como nunca sei ao certo a data, decidi marcar este mês como o especial. «Monsoon» entrou-me no coração de imediato – é por isto que será sempre uma das minhas músicas de vida.
A partir daí tudo mudou. Eu própria pensei na altura que poderia vir a ser apenas uma panca que me passaria em pouco tempo, que em breve poderia enjoar a música; mas não. Isso nunca aconteceu. O gosto e a curiosidade por esta banda foram crescendo gradualmente à medida que ia conhecendo, tanto o trabalho musical, como a vida pessoal daqueles que seriam os meus grandes ídolos.
Três anos… olhando para trás, tanta coisa mudou desde aquele primeiro momento.
Um novo estilo, uma nova forma de ver a vida, novas pessoas, até o meu quarto sofreu as consequências de se ser fã. Posters que foram cobrindo as paredes mostrando uma admiração sobrenatural que cada vez mais crescia.
O primeiro prémio que vi receberem e também a primeira vez que os vi em directo através da televisão – MTV EMA Munique: Interact – gritos histéricos e felicidade descontrolada! Actuação com «Monsoon» que contrastou com a reacção do prémio – choro, baba, ranho, nostalgia à mistura, orgulho, muito orgulho.
Foi, porém, a partir do dia 24 de Novembro de 2007 que tudo mudou drasticamente: a notícia que os meus heróis actuariam em Portugal a 16 de Março de 2008 deu comigo em doida.
Saltos, choro, emoção descontrolada. Iria presenciar as quatro pessoas que tanto admirava, que via na televisão, no computador, em fotografias, mas que, analisando bem, nunca me parecia que pudessem ser reais.
A partir daqui é que comecei a sentir verdadeiramente o que um fã sente: a contagem decrescente para aquele dia; o sentimento que o tempo voava e que cada vez estava mais perto de realizar aquele sonho; as t-shirts que levava para a escola sem qualquer pudor de ouvir criticas. O encontro de fãs em Leiria que me permitiu, pela primeira vez, conhecer pessoalmente pessoas que sentiam o mesmo que eu; porém também percebi que era realmente uma fã verdadeira, porque gostava infinitamente deles, conhecia e queria conhecer mais.
Em Dezembro desse mesmo ano, no Natal recebi pela primeira vez um CD e um DVD original – Scream e Zimmer 483 Live in Europe. Foi o início da minha colecção discográfica dos Tokio Hotel.
16 de Março de 2008 veio, porém, como um grande balde de água fria: o quisto do Bill nas cordas vocais que levou ao cancelamento e posterior adiamento para 29 de Junho, foi um choque – tanto pelo Bill que estava mal e doente, como por mim, enquanto fã que tinha perdido ali o meu maior desejo. Chorei, baba e ranho. Nesse dia perdi um brinco e sei que ele ficou lá, algures no chão do Pavilhão Atlântico, que me acolheu quando a tristeza levou a melhor… Sim, caí de joelhos no chão a chorar desalmadamente. «Porquê? É tão injusto». Porém, ter visto Tom, Georg e Gustav tão perto despoletou um montão de emoções que não me foram permitidas viver na íntegra… viria mais tarde.
Nem tudo é mau, e há males que vêm por bem. O cancelamento do concerto levou-me ao Rock in Rio a 1 de Junho.
Lembro-me de ter andado uns dias «de luto» e profundamente sentida com tudo, pelo que nem me apetecia contar os dias para o outro concerto, mas mais perto da data, voltei às contagens e a 1 de Junho lá estava eu – no Parque da Bela Vista, prestes a realizar de vez o meu sonho… e naquele dia eu não tinha quaisquer dúvidas que isso ia acontecer.
Gustav, Georg, Tom e Bill – os quatro fantásticos sobre o Palco Mundo a encantarem as centenas que se encontravam ali só por eles. Inesquecível.
Mas a nostalgia apoderou-se de mim logo que abandonaram o palco e uma sensação de tristeza profunda sobrepôs-se à felicidade desmesurada que tinha acabado de viver. A nostalgia vem estragar sempre tudo, de facto, mas acaba por ser uma reflexão sobre a felicidade – um momento em que paramos e nos apercebemos do que o que vivemos foi real, existiu, esteve tão presente, tão perto, mas é tão difícil e tão impossível e isso dói tanto.
«When we all leave this venue here, we will be going separate ways… but, never forget, no matter where we go, we are always by your side» - BK. A frase que tocou os fãs portugueses que veio como forma de recompensar a falha do concerto cancelado. Chorei, e nem conseguia bem acreditar no que ouvia… foi do género «O Bill… o Bill… disse… aquilo?!?! OH, BILL!»
Esta foi a primeira vez… a primeira grande vez em que eu percebi que os Tokio Hotel faziam irrevogavelmente parte da minha vida, que não poderia já imaginar a minha vida sem colocar o «Scream» no leitor de CD’s e ouvi-lo mais que uma vez seguido, ou ver o DVD que tinha na altura TODOS OS DIAS, repetindo por vezes a dose, ou de falar sobre eles em todos os intervalos da escola com as minhas melhores amigas, ou de ver as novidades deles todos os dias na Internet. Eram já parte da minha vida, uma parte indispensável, um motivo de felicidade e orgulho.
29 de Junho de 2008 veio determinar como são uma óptima banda em palco e como um concerto consegue ser completo. 18 mil pessoas esgotaram a sala de espectáculos mais mediática de Portugal.
Todo o dia passado sob um sol abrasador que irradiava o sabor a Verão, em nervosismo e ansiedade, em curiosidade, em felicidade. Algum cepticismo também, por não acreditarmos que ali estávamos nós outra vez a viver mais um sonho. E as lágrimas chegaram quando a emoção ficou descontrolada. E o medo da saudade e da nostalgia que atormentavam sempre no fim… contudo, abandonei Lisboa, naquele dia, com um sorriso nos lábios e uma sensação de felicidade indescritíveis. A nostalgia não me conseguiu atacar, afinal tinha visto os Tokio Hotel perto de mim duas vezes no mesmo mês! Era capaz de me habituar àquilo…
E depois do último dia? Como é? «Wenn dieser Tag der letzte es, bitte sag es mir noch nicht (...)» [se este for o último dia, por favor, não me digas nada ainda]. Era o que queria, que não me tivessem dito; que não soubesse…
Saberia que tinha de esperar quase dois anos por voltar a ter aquele momento nas mãos? Saberia que ia ser recompensada por isso?
Pois é… Quase dois anos. Porém, 2008 foi o grande ano dos Tokio Hotel. E o que faz um fã? Aplaude e orgulha-se disso.
Ficar acordada até às 4h da manhã para os ver em directo a receber um prémio não é demais, se se fala de um fã de Tokio Hotel… Estar tempos e tempos a carregar num botão que diz “votar” para que ganhem esses ditos prémios, idem aspas. Vê-los crescer em vários pontos do mundo deixava-me orgulhosa, principalmente por saber que tinha contribuído para dar alento a isso mesmo.
Como prenda de Natal, deram-nos o DVD Tokio Hotel TV Caught on Camera, que prontamente comprei. Porém, a juntar à minha colecção já estava a discografia quase toda.
2009 foi um ano custoso de passar – sem grandes novidades da banda, apenas a espera pelo álbum perdido que deveria ter saído logo no início de ano, depois passou para Março, Julho… hum… Julho… Afinal passou para Setembro, mas para Setembro ficou mesmo o primeiro single e o álbum só saiu em Outubro – boa estratégia para nos ensinar os meses do ano! Hey! Os fãs são jovens, mas já aprenderam os meses do ano.
HUMANOID – o grande salto! Que grande mudança que pudemos presenciar, souberam inovar, mantendo o estilo Tokio Hotel – e para mim foi um trabalho único, como sempre. Não conseguia idealizar nada que viesse deles. Aliás, ainda hoje não consigo idealizar como será uma próxima música, um próximo álbum; enquanto que com outras bandas é-me mais fácil criar expectativas. Com os Tokio Hotel não, eles acabam por surpreender de qualquer das formas.
Com Humanoid na versão inglesa e alemã nas mãos, fiquei preparada e expectante pelo anúncio da grande Tour europeia – Welcome to Humanoid City Tour.
E a 21 de Outubro de 2009 a mesma sensação que a 24 de Novembro de 2007 me tinha assaltado, arrebatou comigo.
«Os fãs pediram, a Everything is New fez-lhes a vontade!» foi a forma de anunciar SETE DE ABRIL DE 2010, O REGRESSO DOS HERÓIS A PORTUGAL. SETE DE ABRIL, 7/04/2010, SIEBTER APRIL ZWEI TAUSEND ZEHN!
Chorei naquele dia e tive o enorme prazer de anunciar a notícia em primeira mão às minhas melhores amigas.
Os 167 dias iniciais reduziram-se rapidamente a uma semana, quatro, três, dois… UM dia!
A partida ansiosa para Lisboa em que só conseguíamos falar da escola, de notas e de médias! Até que chegou um ponto em que disse «Epá, vamos ver Tokio Hotel hoje [se não fosse na sessão de autógrafos, seria no PA, mas vê-los-íamos naquele dia] e só falamos de escola?»! Não tinha sentido, mas pelo menos era um tema de conversa.
O reencontro com a minha acompanhante oficial de concertos/eventos Tokio Hotel – Ana Filipa Tavares Resende, ou simplesmente, Pipa. O Estádio da Luz. O 117 – percebi que era o meu número da sorte, pelo menos o 7 tem de estar presente (117, 7!) As pessoas. Os sorrisos. A ansiedade. O nervosismo. As fotografias. As entrevistas para a televisão… e depois…
Os TOKIO HOTEL EM PESSOA A MENOS DE UM METRO DE DISTÂNCIA DE MIM – o sonho, o verdadeiro sonho para qualquer fã. O sorriso e simpatia de cada um deles, os dois segundos de atenção que cada um me dispensou. “Hello / Hello / Thank you so much / You’re welcome”. O mundo! O mundo todo! A alegria, a euforia! Não houve espaço para dois segundos de nostalgia, pois eu ainda iria ver aqueles quatro heróis em palco… Os autógrafos – aqueles riscos irregulares numa t-shirt que tanto tempo levaram a conseguir. Felicidade, pura.
O concerto que tanto marcou… marcou pelo público fantástico que fez uma sala pequena parecer um milhão de pessoas a gritar por aquele sonho, todos unidos numa só voz… o melhor concerto que deram em Portugal…
No fim, os sorrisos que iam de orelha a orelha, não houve espaço para lágrimas, para tristezas... o reencontro com uma amiga que não via há séculos! O desodorizante Nivea que ainda hoje não consigo deitar fora!... Tudo. O mundo todo dentro de mim…
Agora há que esperar intensamente por uma próxima vez… é difícil apercebermo-nos de que já acabou e que acabou tão depressa, que voou, simplesmente. Parece que o tempo, termo tão subjectivo, é soprado por Deus e à mínima distracção ele já desapareceu e deixou de estar nas nossas mãos.
É difícil aperceber-me que foi já há três anos que aqueles miúdos bonitos da Alemanha, que inclusive me puseram a aprender alemão, apareceram na minha vida; como uma razão de existência, de busca intensiva pelos sonhos; deram-me vida. Sim, eles, não sendo toda a minha vida, deram-lhe mais significado. Com pequenos e grandes momentos fizeram de mim o que sou hoje. Apanharam um período difícil da minha vida, em que se busca tudo em todo o lado e é extremamente urgente encontrar isso, busca-se tudo e mais alguma coisa que possa ficar esquecida na nossa memória, mas principalmente buscamo-nos a nós próprios. E, quando é difícil encontrarmo-nos é que percebemos que temos de ter uma razão de vida, um sentido, um caminho que é tão difícil de encontrar. É aí que entram os Tokio Hotel. É sempre aí. Para dar esse alento, essa alegria, esse mundo todo, o verdadeiro sentido.
Percebi com eles que se não se tem um objectivo de vida, se não há nada que nos mova, o que fazemos aqui? Pode parecer e eu sei que é extremamente adolescente ter uns ídolos jovens e bonitos, mas no fundo, a minha admiração não vem apenas daí – mas da atitude, da música, das letras que encaixamos na nossa vida e que cantamos como se fosse a nossa história de vida – a saudade, o amor, a esperança, o conhecer do mundo por detrás da nossa parede…
Se serei uma fã para sempre? Uma vez que esta expressão caiu em desuso no meu vocabulário, respondo agora que não sei. Provavelmente não, pois poderão acabar antes de mim; é provável, muito provável até. Mas então, o que fica?
Fica TUDO. Tudo o que aqui foi descrito e mais pormenores que me falharam, certamente.
Fica, principalmente, a grande mensagem: nunca, mas nunca desistir dos nossos sonhos, lutar e conseguir. No dia em que se atingir esse patamar de realização, perceber-se-á que, afinal, tudo vale a pena. Mas é preciso sentir que «I’m ready to fall, I’m ready to crawl on my knees to know it at all, I’m ready to heal, I’m ready to feel» e, nesse dia, o tal dia que já senti na pele «The sun will shine like never before» e, no fim de tudo, e como objectivo principal da nossa vida «One day I will be ready to go, see the world behind my wall».
Com todas as letras e todo o amor possível e imaginário na Terra,
OBRIGADA, TOKIO HOTEL.

Ich trage euch in die Ewigkeit und ihr werdet immer in meinem Herz bleiben.
Alles Gute für euch,
Ânia,,
Junho/Julho 2010